quarta-feira, 4 de maio de 2011

Paixão e Decepção

Todo gamer diz que nasceu jogando. No meu caso seria mentira.

Com quantos anos uma criança consegue apertar um botão para ligar o console? Quatro talvez? Se for isso, eu comecei aos quatro anos.

Joguei muita coisa. Para simplificar: o primeiro foi o telejogo da Philco, que tinha o Pong e variações sobre o mesmo jogo (Pong para 4 pessoas).

De todas as gerações a que considero mais frágil e estranha é a atual.

Desde que ingressei na PSN tenho “debatido” com meus amigos a respeito do rumo que nosso vício está tomando. Com os downloads e ativações perdemos a propriedade (física) dos games que compramos, os Hard Drives ao mesmo tempo que permitiram jogos maiores (nem por isso mais bem feitos), trouxeram a fragilidade dos computadores (nos quais também jogo) para os consoles.

Sempre falei que videogame tem que ser torradeira: coloca a torrada conta até três e ela sai pronta do outro lado. Isso está acabando. Já estou no segundo PS3, na verdade, o terceiro “da casa”. Os consoles nunca estiveram tão sucateados como agora, seja Sony ou não.

Tem também o grande “Hype” dos jogos on-line. Sim, eu jogo online, mas não é a minha preferência. Inclusive, como gamer dinossauro, um dos motivos que me levaram para esse universo foi a imersão virtual, habitar um universo paralelo, bem longe do nosso mundo. O jogo online, quando é com desconhecidos, costuma ser recheado de palavrões, auto-afirmação e covardia. Por isso que um bom “single player” sempre será minha prioridade. Mesmo assim, vamos analisar em postagens futuras, pelo menos, uma boa quantidade dos jogos online atuais.

Não temos como fugir do assunto mais importante no mundo da tecnologia: o ataque à PSN.




Prosseguindo com a proposta do cafezinho de fugir do óbvio, lancemos a luz: Não seria coincidência demais, neste especial momento de fragilidade no Japão, ocorrer o maior roubo da história da Tecnologia de Informação? Até onde sei, hackers não são ladrões. Encontraram hoje no sistema da Sony o nome de um dos maiores grupos de hackers em meio aos milhares de pacotes trocados durante o ataque. Não acho impossível que seja uma pista falsa, visto que o grupo nega participação no ataque (eles gostam de aparecer, mesmo indo pra cadeia).

O que ocorre na PSN é trabalho encomendado, pois o grande mérito de um hacker é a “quebra” e não a venda (pois já tentaram vender as informações).

Como diabos os caras conseguiram fazer isso? A imprensa não está mostrando a complexidade dos fatos: servidores com dados de consoles domésticos foram invadidos na sede da Sony e roubaram os dados de 77 milhões de usuários.

A guerra cibernética já começou faz anos, antes mesmo do Stuxnet (Irã).

Existem empresas que trabalham para derrubar a segurança de grandes corporações (contratadas por elas mesmas) e melhorá-las. Da mesma forma que a maioria dos sites que vendem “bots”, dinheiro virtual e Power Leveling contratam analistas extremamente experientes para desenvolverem este tipo de software.

Não pensem que são gamers viciados e com uma grande causa. São mercenários que não tem o menor amor por jogos e que depois te xingam caso precise de suporte (se acharem interessante, voltamos a esse tema no futuro).

Eu tenho uma forte simpatia pela Sony, mas concordo que não é uma empresa simpática no trato com os clientes, esse fato contribui em muito para essa onda de processos coletivos que eles terão que enfrentar. O que não acho legal é a falta de maturidade e união dos jogadores em nível mundial, incluindo aqui no Brasil. Que classe mais desunida...

Começam logo com essa baboseira de X-Box é melhor que PS3, ao invés de utilizarem o cérebro um pouquinho. Nem quando eu tinha 12 anos eu fazia isso, na verdade, eu sempre queria ter todos os consoles! Não veem que esse problema é sério e afeta a todos (eu acho difícil, no mundo de hoje, que um indivíduo atualizado consiga permanecer anônimo e não compre nada pelo resto da vida na Internet).

Portanto, se alguém vier tirar vantagem de você, dizendo que não foi hackeado, diga pra ele que o final dessa geração e talvez das próximas, pode ter sido abreviado. Que pena.

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